Incaper lança sistema eletrônico de avaliação de sustentabilidade da cafeicultura
Foto: Divulgação Incaper
A sustentabilidade na cafeicultura é um dos ideais que norteiam o trabalho do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Como um incremento às ações desenvolvidas ao longo dos 65 anos completados em 2021, o Incaper lançou o “Sistema para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade da Cafeicultura do Espírito Santo”. A ferramenta é um instrumento que facilita a medição do nível de sustentabilidade das propriedades cafeicultoras e é disponibilizada no site do Instituto para todo o público.
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O sistema consiste em uma planilha com 36 dados de avaliação sobre solo, água, insumos agrícolas, entre outros. Também foi publicada uma cartilha que apresenta informações diversas sobre a ferramenta eletrônica e traz orientações sobre o uso. Os dados abrangem os eixos econômico, ambiental e social, baseados nos critérios de sustentabilidade utilizados e apresentados pela Plataforma Global do Café. O lançamento da planilha aconteceu na última quinta-feira (16), durante a cerimônia de premiação do 2º Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo, em Linhares.
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O técnico do Incaper e idealizador do sistema, Marx Martinuzzo, destacou que a ferramenta é um importante instrumento para que os técnicos, extensionistas e pesquisadores de todo o Estado possam elaborar o planejamento de ações conforme as necessidades da propriedade, com base na análise dos dados da planilha, a fim de alcançar uma produção de café sustentável.
“Com a visita à propriedade, o técnico verifica os locais de avaliação, seja a lavoura, os carreadores, a tulha, galpão, cômodos onde se guarda as ferramentas e defensivos agrícolas, adubos e até a verificação de documentação da propriedade. Com o agricultor e sua família, o técnico vai acompanhar toda a rotina de trabalho. Depois, eles vão sentar e avaliar o nível de sustentabilidade da produção, mediante o sistema da planilha eletrônica. O técnico também pode imprimir e fazer as anotações e marcações em folha sobre todos os aspectos de avaliação da propriedade”, explicou Martinuzzo.
A planilha eletrônica efetua todos os cálculos e emite um relatório com gráficos que facilita o agricultor a visualizar o nível de adequação da propriedade. A partir da avaliação dos indicadores presentes na planilha, é possível planejar as ações para que a produção de café alcance a sustentabilidade, de modo participativo. O técnico e o agricultor podem criar um cronograma de ações com propostas e soluções possíveis para melhorar os índices de sustentabilidade.
“A partir da análise das informações, é possível planejar dias de campo para reunir produtores e disseminar conhecimento sobre determinada temática que o sistema indica, como carência de alguma localidade. O agricultor, em contrapartida, vai receber uma assistência técnica mais profissional. Como um mapa, um caminho a percorrer, a planilha vai indicar um roteiro para o técnico seguir e atingir os objetivos. O sistema tem como principal benefício o planejamento, que traz consigo a melhoria da qualidade e da produtividade, além de competitividade, agregação de valor do café, preservação ambiental e marketing da produção familiar e no município”, destacou o técnico.
Competitividade do cafeicultor no mercado
O incentivo à produção de café de qualidade é outro grande propósito do sistema de avaliação de sustentabilidade. De acordo com o técnico, um dos objetivos da iniciativa é tornar o cafeicultor mais profissional e competitivo no mercado. “É um incentivo à busca de informação e qualificação”, disse Martinuzzo.
Um dos dados que constam na planilha é o valor da venda da saca de café. O sistema faz um cálculo por saca vendida, o que possibilita avaliar o nível de eficiência da comercialização. “Se o cafeicultor agrega valor na produção dele, esse é um item importante porque é um reflexo da sustentabilidade. A gente avalia quantos por cento da produção deles são de café superiores, de qualidade, que atendem às exigências. Assim o produtor consegue conquistar novos mercados”, ressaltou técnico do Incaper.
“O sistema também impacta na questão da segurança do serviço e do trabalho no campo, porque conta com itens que avaliam, por exemplo, quantos colaboradores são qualificados para trabalhar com roçadeira, motosserra, trator e isso pode diminuir muito os acidentes de trabalho na propriedade, melhorando a questão da segurança do trabalho”, completou.
O sistema começou a ser desenvolvido em 2015, a partir de uma demanda do Incaper por uma ferramenta capaz de medir os impactos econômicos, sociais e ambientais na propriedade. Para a construção da planilha, foram reunidas informações usadas em concursos de qualidade de café e critérios certificadores da Plataforma Global do Café.
Conforme salienta o criador da planilha, o sistema não se trata de uma ferramenta certificadora, mas sim avaliadora. “Ela contribui muito para que os agricultores adéquem suas atividades e capacitem para atingir melhores condições de economia e proteção ambiental, melhorando assim o bem-estar social dentro da propriedade e da comunidade no entorno”, acrescentou Martinuzzo.
Texto: Andreia Ferreira/Incaper
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