Sindicato afirma que coronavírus causa incertezas na cadeia de alimentação animal
A pandemia do coronavírus (Covid-19) tem prejudicado o planejamento de diversos setores produtivos. E o planejamento a o curto prazo se transformou numa tarefa árdua para o agricultor brasileiro e para toda a cadeia agropecuária. Para o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), além do desafio diário em atender o protocolo de prevenção da Covid-19 e manter um nível aceitável de produção e escoamento, a alta do dólar e a iminente recessão global pós-pandemia deixa um clima de incerteza no campo.
A desvalorização do câmbio nos últimos 12 meses favoreceu a cadeia produtiva exportadora, mas a desvalorização em torno de 35% do real inflacionou o preço do milho, da soja e outros itens como vitaminas, enzimas e outros aditivos que o Brasil importa. Segundo Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, no mesmo período, o preço da ração para frango e suíno subiu, em média, 35%, enquanto o preço do quilo do frango e suíno pago ao produtor recuou 10%.
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“O milho, que custava R$ 40 a saca de 60 kg em abril de 2019, hoje está valendo R$ 61. Aumento de 52% em 12 meses. Já o farelo de soja, subiu quase 50%, era vendido a R$ 1.165, e agora em março passou de R$ 1.725 a tonelada. Uma situação que coloca o produtor no vermelho”, informa.
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Para Zani, há muitas incertezas pairando no ar, e depende de como e quando será o “Dia Seguinte” da Covid-19, tanto em termos de segurança sanitária e saúde das pessoas, como em relação ao retorno da plena atividade econômica. Segundo ele, é consenso entre os analistas e envolvidos no processo que a recessão será global.
“O PIB per capita vai cair no mundo inteiro, o consumidor eventualmente passará a consumir menos proteína animal ou gastar menos, nesse caso, menos milho e farelo de soja serão necessários. Teoricamente os preços, em dólares, devem esfriar. É difícil estimar agora se o recuo desse preço em dólar vai compensar a desvalorização abissal do real. De toda forma, um cenário que pode ser construído, é que a menor demanda de proteína animal pode resultar em menor quantidade de ração a ser produzida”, analisa Zani.
Segundo o Sindirações, as ações dos Ministérios da Agricultura e de Infraestrutura têm garantido o trânsito das mercadorias (insumos para fabricação e as rações prontas para alimentação dos animais) pelo país e a continuidade no desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas pelo setor.
“O Sindirações tem se integrado às demais entidades representativas do agronegócio com intuito de convergir demandas de maneira transversal e então sugerir medidas de mitigação às autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo, em nível federal e nos Estados da Federação. Dentre elas, a manutenção do fluxo de caixa, crédito e financiamento para garantia da produção, manutenção do emprego e abastecimento dos consumidores”, informa Ariovaldo Zani.
Para os produtores, o Sindirações reforça a importância de ficar atento às informações disponibilizadas pelas associações representativas e seguir as recomendações do Ministério da Saúde para garantir aos colaboradores (exceto àqueles que cumprem quarentena compulsória – com mais de 60 anos, portadores de doenças crônicas, gestantes e lactantes, além dos que podem realizar suas tarefas remotamente) um ambiente de trabalho mais seguro possível.
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) atua como interlocutor da indústria de alimentação animal com o objetivo de promover um ambiente competitivo adequado para a produção do alimento animal seguro. Fundado em 1953, o Sindirações é o principal representante da indústria brasileira de ração junto aos principais organismos nacionais e internacionais. A entidade reúne 140 associados, que representam 90% do mercado de produtos destinados à alimentação animal, incluindo as empresas que importam e comercializam insumos, e aquelas que utilizam para consumo próprio.
Fonte: CoWork Comunicação/Sindirações
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