Secretário de Turismo de Canela (RS) afirma que as montanhas capixabas são um produto pronto
Fotos: Divulgação
Julio Huber
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De férias com a esposa Maria Seloi Melo Ferreira no Espírito Santo, o secretário de turismo do município de Canela, na Serra Gaúcha, Gilmar Ferreira, saiu “surpreendido e encantado” com a região das montanhas capixabas. Formado em administração de empresas, Gilmar atua há pelo menos 25 anos no ramo turístico e em hotelaria.
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Acompanhado do jornalista Itamar Gurgel, amigo de longa data de Gilmar, o secretário gaúcho conheceu pontos turísticos e empreendimentos em Domingos Martins, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante, nas montanhas; além de Vitória, Vila Velha, Anchieta e Guarapari. A visita do secretário ao Estado teve o apoio do Hotel Fazenda China Park, da Pousada Altoé da Montanha, do Morangos Peterle, do Empório Pedra Bonita, do Hotel Slaviero, Hotel Pontal de Ubu e Capixaba Turismo Receptivo.
Gilmar falou com a revista Negócio Rural sobre tudo que viu em quase uma semana no Espírito Santo. “Se fosse definir tudo que vi em uma palavra, eu diria que saio daqui surpreendido. As montanhas capixabas já têm um produto pronto. Quando se vai desenvolver um destino, as vezes a maior dificuldade é fazer esse produto chegar à prateleira. E eu saio daqui convicto de que vocês têm esses produtos todos prontos”, afirmou Gilmar. Ele levou exemplares da revista Negócio Rural em que Canela foi a capa em uma reportagem especial, na edição impressa. Clique aqui e leia!
Ele ainda destacou o empenho dos empreendedores do ramo no desenvolvimento do setor. “Eu saio daqui muito impressionado. Quando Gurgel me convidou, eu tinha uma intenção de conhecer o agroturismo do Espírito Santo, porque eu sabia que aqui vocês tinham essa pegada. Eu saio feliz porque encontrei um destino muito bacana e com um potencial enorme e é só questão de desenvolver mesmo”, enfatizou.
PÚBLICO X PRIVADO – Ele também deu sua opinião sobre o papel do setor privado e do público no desenvolvimento do turismo. “Eu tenho um conceito de que o privado já está bem bacana nas montanhas. E pelo o que vivi e vivemos em Canela, eu digo que quem sabe ganhar dinheiro é o CNPJ (iniciativa privada). O poder público precisa entender isso. Os parques e atrativos que estiverem nas mãos na iniciativa privada, irão reagir diferente. O poder público não foi feito para ganhar dinheiro, mas para gastar em benefícios”, argumentou.
Entretanto, ele destacou a importância dos empresários e do poder público estarem juntos. “A iniciativa privada é quem faz o turismo acontecer, e o poder público precisa vir junto. É preciso entender, quando se quer desenvolver um destino turístico, que o turismo não é diversão, não é lazer, não é passeio, turismo é negócio. Quando eu tenho essa convicção, eu passo a tratar o setor diferente”, garantiu.
O secretário deixou claro de que os governos são importantes nesse processo. “A infraestrutura é muito importante. Facilitar através de leis que não se trave muito, mas devido às características da região é preciso respeitar o meio ambiente. Eu já saí de Pedra Azul querendo colocar um bondinho lá em cima, mas sei que as questões ambientais não permitem”, brincou.
DIFERENCIAIS – Analisando o que conheceu nas montanhas, Gilmar Ferreira pontuou alguns itens que ele julga ser os diferenciais da região e que podem ser melhor trabalhados. Um dos exemplos é a BR-262. “Para mim, um dos pontos fortes das montanhas é essa rodovia. Tem-se o acesso, que da forma que ele pode ser problema, também é preciso aproveitá-lo melhor. Eu vejo um potencial muito grande em desenvolver empreendimentos às margens da BR”, sugeriu. Ele disse que ao ter atrativos perto da rodovia, é mais fácil atrair o visitante para o interior.
Outro ponto destacado pelo secretário gaúcho foi a participação de jovens em negócios familiares. “Se eu não tenho grandes investidores aqui, mas se fizer com que esses empreendimentos passem para a próxima geração, esses negócios são um ponto muito importante. Eu vi o entusiasmo de jovens em locais onde eu conheci”, disse.
UNIÃO – Outro destaque visto pelo secretário de Canela foi a união de 10 municípios, integrantes do Convention das Montanhas Capixabas. “Na Serra Gaúcha temos cerca de 45 municípios, mas, mesmo assim, as ações são muito individualizadas. Essa força, a união de vocês é fundamental para pleitear ações junto aos governos e trabalhar o destino de forma unificada”, ressaltou.
Investimentos privados de mais de R$ 8 bilhões aguardam liberação em Canela
Foto: Divulgação
O município de Canela, juntamente com o vizinho Gramado, formam um dos principais destinos turísticos do Brasil. As cidades possuem atrativos de todos os gêneros e que são destinados a todos os públicos. As obras na região estão em constante crescimento e os investidores brasileiros e internacionais não param de construir novos atrativos.
Gilmar Ferreira revelou que apenas tramitando na Secretaria de Meio Ambiente do município estão projetos que ultrapassam os R$ 8 bilhões em investimentos, fora os que estão em andamento e outros que estão sendo planejados. “Antes de eu vir ao Espírito Santo foi anunciado outro investimento, em um tradicional hotel que será reestruturado, de mais de R$ 800 milhões”, contou.
O secretário de Canela frisou que uma das preocupações enquanto gestor público é fazer o destino se desenvolver. “Mas, quando se está em um estágio como a Serra Gaúcha está hoje, existem dois riscos muito grandes: a estagnação e o declínio do destino. É aí que o poder público precisa trabalhar com toda cautela, junto com a iniciativa privada”, destaca.
“Turismo necessita da comunicação”
Mesmo sendo destinos consolidados, Gramado e Canela investem em divulgação. Gilmar Ferreira falou da importância da imprensa na divulgação e estímulo do fluxo turístico. “Nós temos uma importante parceria com o governo do Rio Grande do Sul, e o Estado contribui muito com a divulgação, porque é preciso estar presente nos destinos emissivos”, afirmou.
Uma das ações que ele julga importante, e que é feita em Gramado e Canela, é a participação institucional em feiras e eventos voltados ao turismo. “É preciso ser visto, precisa se mostrar. Além disso, durante o ano também vamos até alguns destinos emissivos, capacitamos e passamos informações aos agentes de viagem em locais de onde mais vêm turistas à nossa região”, informou.
Outra ação importante, segundo Gilmar, são os press trip e famtour (destinado a receber jornalistas, influenciadores e agentes de viagem). “Turismo necessita da comunicação, seja qual for o tipo. A maior dificuldade que se tem, seja no poder público ou privado, é se comunicar. Ouvi muitas pessoas falando que o Brasil não conhece o Espírito Santo. Então, é preciso se mostrar”, afirmou.
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