Produtores com Indicações Geográficas usam plataformas digitais para expandir vendas
Em meio à crise causada pelo novo coronavírus (Covid-19), produtores que possuem Indicações Geográficas (IGs) tiveram que adaptar seus negócios. Além da adoção de medidas de segurança, os empreendedores também estão procurando novas alternativas para o contato com clientes e aumento nas vendas, especialmente, por canais virtuais e redes sociais.
Muitos produtores utilizam o registro de Indicação Geográfica como uma forma de transmitir confiança ao consumidor de que seus produtos possuem qualidade e diferenciação.
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Produtores do Paraná, como da Coofamel, cooperativa que trabalha com o mel do Oeste do Paraná, que tem IG, não tiveram suas vendas afetadas, especialmente, por conta da procura do mel e do própolis como alimentos para aumentar a imunização e os cuidados com a saúde. Apesar disso, segundo o gerente da cooperativa, Antonio Henrique Schneider, os canais de relacionamento com compradores e produtores foram modificados.
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“Temos utilizado muito o WhatsApp para realizar vendas e manter contato com os nossos compradores. Muitos produtores têm evitado estar presencialmente e têm optado pelo home office nesse momento. Além disso, também percebemos a importância das redes sociais e temos investido no Instagram para expandir nossas vendas”, explica ele, ressaltando que no começo da pandemia também foi preciso buscar alternativas para o transporte dos produtos.
A utilização de canais de contato digitais também é uma alternativa para os produtores da IG do melado de Capanema. Segundo a produtora Elaine Terezinha Pauvels, no começo da pandemia a fábrica foi fechada e pôde reabrir após obter autorização das autoridades e intensificar as medidas de segurança e higiene. Com a reabertura, as vendas têm sido rentáveis também por conta de pedidos feitos de diversos locais do Brasil.
“A procura sempre aumenta quando o frio chega, mas neste ano os pedidos ficaram acumulados. Temos encomendas de cidades do Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia e o WhatsApp facilita essa comunicação. O pessoal também tem buscado reforçar o estoque nesse momento”, afirma.
Os produtores da IG-Mathe, de São Mateus do Sul, tiveram que implantar alguns cuidados de prevenção, mas continuam com suas estratégias de vendas que incluem relacionamentos com compradores por meio de canais digitais. Algumas marcas que fazem parte da IG também têm realizado iniciativas de expansão como a venda em marketplace e utilizado o Instagram e outras redes sociais, além do fornecimento de matéria-prima para o clube de assinatura Mate in Box, especializado no envio de diferentes tipos de erva-mate.
“Conseguimos manter nossas vendas por conta da chegada do frio e do fato dos mercados estarem abertos. Ainda assim, alguns produtos como o chá mate, tiveram menor demanda nesse período. Temos contado ainda com a demanda de fornecimento de matéria-prima para a exportação de produtos para o Uruguai, país menos afetado pelo coronavírus”, relata Fernando Toppel, produtor e presidente da IG-Mathe.
Para a coordenadora estadual de agronegócios do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, a crise do coronavírus demanda que os produtores busquem se reinventar. “Com todas as mudanças que estamos vivendo é necessário que os canais de comercialização virtuais sejam ampliados, não há como ser apenas físico. O consumidor busca comodidade, segurança e é preciso se adequar a esse novo comportamento do mercado. Nós procuramos estimular esses produtores e ajudá-los a buscar alternativas”, destaca.
O Paraná possui oito produtos com registro de IG: a erva-mate de São Mateus do Sul, o café do Norte Pioneiro, a goiaba de Carlópolis, o mel do oeste do Paraná, o queijo de Witmarsun, o melado de Capanema, a uva de Marialva e o mel de Ortigueira. Outras quatro já foram protocoladas no INPI: a cachaça de Morretes, as balas de banana de Antonina, o barreado e a farinha de mandioca do Litoral.
Fonte: Sebrae
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