Primeira cultivar de gengibre registrada do Brasil é de pesquisa capixaba

Foto: Freepik

O Espírito Santo, maior produtor de gengibre do Brasil, agora tem mais um motivo para se orgulhar: foi o primeiro a registrar a cultivar da especiaria no Brasil. Uma pesquisa sobre o melhoramento genético do gengibre teve o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), e identificou características sobre a morfologia, capacidade produtiva, diversidade genética e a qualidade dos rizomas. O estudo científico foi registrado no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que concedeu o certificado de registro da cultivar Imigrante.

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A pesquisadora e professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) de Alegre, Ana Paula Berilli, coordenou o projeto com o tema “Plano de capacitação agrícola para preservação do patrimônio genético e socioeconômico dos produtores de Gengibre Capixaba”, que foi contemplado no edital da Fapes de Nº 12/2022 – Universal Extensão e por mais dois editais: Nº 28/2022 (Universal) e Nº 11/2023 (Extensão Tecnológica). Todo o recurso é proveniente do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec).

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O diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão, afirma que a cultivar Imigrante é o resultado de pesquisa científica madura conduzida pela pesquisadora Ana Paula Berilli, que se tornou uma ação de extensão aplicada aos produtores rurais, o que demonstra como a ciência está presente na vida da população.

“A partir deste estudo, os agricultores poderão se beneficiar do conhecimento produzido com reflexo na melhoria do cultivo e na redução de perdas na lavoura em função de doenças. Nestes 20 anos da Fapes, este é mais um caso de sucesso, em parceria com nossas instituições acadêmicas. A continuidade do fomento é fundamental para que outras experiências similares se desenvolvam em benefício dos capixabas”, disse Rodrigo Varejão.

O ponto de partida da pesquisa foi uma demanda dos produtores da especiaria e da parceria com o produtor rural Alexandre Lemke Belz, que é o responsável (guardião) dos materiais genéticos. A coleta e caracterização de sete diferentes genótipos de gengibre do Espírito Santo foram realizadas pela professora e uma equipe de pesquisadores, com o intuito de promover a proteção e o resgate desse patrimônio genético. Além disso, foi implantada uma unidade experimental e aplicado um plano de ação para a capacitação técnica eficiente aos agricultores da região produtora de gengibre do Estado.

“Essa pesquisa é apoiada com os recursos do Programa Fortac do Ifes e da Fapes. Envolve a parceria com o Incaper, a Coopginger e as secretarias municipais de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá. Importante ressaltar que este é um projeto que envolve ensino, pesquisa, extensão e inovação. O ensino está sendo desenvolvido, pois gerou resultado para uma dissertação do mestrado e seis projetos de iniciação científica; de pesquisa, pois foi possível realizar a caracterização desses genótipos para produção de artigos científicos; de extensão, porque conta com a participação efetiva da comunidade e todas as etapas de condução foram realizadas junto aos agricultores parceiros, inclusive dentro de suas propriedades; e de inovação, pois aconteceu o registro da primeira cultivar de gengibre a ser registrada no país”, afirmou a professora Ana Paula Berilli.

O que é uma cultivar?

O gengibre não é uma espécie nativa do Brasil. Foi introduzida e, desde então, vem sendo cultivada em alguns estados, como São Paulo, Paraná e no Espírito Santo. No entanto, as lavouras vêm sendo formadas por mudas que ainda não tinham sido caracterizadas quanto ao seu potencial morfoagronômico, ou seja, não se conhecia suas características anatômicas, fisiológicas, genéticas e nem seu potencial produtivo.

Ter uma cultivar registrada indica que houve um estudo amplo da planta, permitindo que a mesma seja cultivada comercialmente no país, pois já está caracterizada quanto aos seus atributos agronômicos. Quem concede esse registro é o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O que são os editais Universal de Extensão, Universal e Extensão Tecnológica da Fapes?

Os editais Fapes nº 12/2022 Universal – Extensão; Edital Fapes nº 28/2022 Universal, e o edital Fapes nº 11/2023 Extensão Tecnológica, ofertados por meio de chamada pública para o ecossistema de inovação e para a comunidade acadêmica no Estado, destinaram apoio financeiro a projetos de extensão, de pesquisa científica e para projetos de extensão tecnológica em diferentes áreas temáticas, coordenados por profissionais vinculados a instituições de Ensino Superior e/ou Pesquisa localizadas no Espírito Santo.

O resultado final dos estudos foram pesquisas científicas que vão contribuir para a redução das desigualdades ou vulnerabilidades sociais, promovendo o desenvolvimento socioambiental e/ou econômico nas diferentes microrregiões capixabas e o estímulo à interiorização da pesquisa no Espírito Santo. Além disso, tiveram como meta incentivar a consolidação de pesquisadores nas ICTs capixabas e, por fim, a proposição de ações que contribuam para o envolvimento e a formação dos estudantes voltados ao desenvolvimento econômico e social, com vistas à inclusão social e produtiva nas diferentes microrregiões do Estado.

A oferta dos editais foi possível a partir do uso de recursos do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec), que foi criado pelo Governo do Estado para prestar apoio financeiro a programas e projetos de interesse para o desenvolvimento científico e tecnológico do Espírito Santo e que é gerido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e inovação do Espírito Santo (Fapes).

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fapes

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