Pecuaristas do Brasil e de outros países conhecerão pastoreio Voisin como alternativa para criação de gado
Foto: Ricardo Cordeiro
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), o rebanho da região nordeste brasileira alcançou em 2022 os 25 milhões de cabeças de gado, sendo a grande maioria criada em propriedades rurais com até 20 hectares, que representam 66% do total de propriedades da região.
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Com uma quantidade de área tão pequena para produzir carne, um sistema se tornou peça-chave para a produtividade, é o chamado pastoreio Voisin. De acordo com o engenheiro agrônomo e consultor em sistemas pecuários intensivos, André Sorio, esse tipo de manejo se caracteriza pela rotação de pastagem, pelo uso de alta carga instantânea e por variar o tempo de descanso ao longo do ano conforme a estação climática.
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“Na época chuvosa o capim pode descansar menos para poder se recuperar para o novo pastejo, naturalmente, na época seca ele precisa descansar mais para poder se recuperar para ser pastejado novamente pelo gado. No Nordeste, o Voisin tem um impacto extra, porque as propriedades são relativamente menores do que propriedades do Centro-Oeste, por exemplo. Então o pessoal precisa ainda mais eficiência de utilização para conseguir ganhar escala mesmo em áreas menores”, pontua Sorio.
E o grande desafio da implantação do pastoreiro Voisin é que o produtor precisa efetivamente ser um gestor dos seus recursos, levando em consideração principalmente o uso do solo. André explica que quanto mais se aumenta a produção de pasto, mais se atinge a eficiência de pastejo, que tem como consequência a conversão desse capim em carne e leite.
“O primeiro passo que toda a propriedade pecuária deveria dar é utilizar melhor o seu recurso do solo, o seu recurso básico e permitir que a propriedade consiga demonstrar onde é possível chegar naquela situação existente. Depois que isso está claro, que isso foi testado, foi aplicado pelo produtor, aí sim pode entrar a questão de fertilização, uso de adubo, uso de calcário dentro do processo, mas ele não é algo que se inicia fazendo, ele é depois que já se ganha eficiência no uso dos recursos”, enfatiza o consultor.
CONGRESSO – O tema será debatido durante o Congresso Internacional da Raça Santa Gertrudis, que acontece entre os dias 26 de novembro a 10 de dezembro e trará produtores rurais do mundo inteiro para o Brasil. O pastoreio Voisin fará parte da abertura do evento que acontece na cidade de Aracaju/SE e depois segue de forma itinerante por mais três Estados brasileiros.
“Será a oportunidade do produtor rural do Brasil e do Nordeste conhecer esse sistema, que pode ser uma saída para a intensificação e melhoria dos seus resultados. No dia de campo, quando teremos a palestra do André Sorio, teremos uma visita a duas propriedades que utilizam o pastereio Voisin, como a fazenda Mangabeira, que em módulos de meio hectare faz a recria, criação de tourinhos, de novilhas, além de módulos de seishectares onde é feito a cria. Visitaremos também a fazenda Gamelinha, que faz cruzamento industrial de vacas Nelore com Santa Gertrudis, utilizando esse sistema que está dentro da realidade pecuária da nossa região”, finaliza Gustavo Barretto, presidente da Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG).
Serviço
Para informações e acesso a toda a programação do Congresso Internacional da Raça Santa Gertrudis, acesse o site: www.santagertrudis2023.com.
Fonte: Agro Agência Assessoria
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