Nova técnica promete reduzir custos em plantações de alface
Fotos: Divulgação
Julio Huber
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Uma pesquisa desenvolvida no município de Marechal Floriano, recomenda o papel Kraft como tipo de proteção contra as plantas daninhas que podem prejudicar as plantações de alface. Econômico e sustentável, o material é uma novidade, que tem como um dos principais objetivos a redução dos custos da produção da hortaliça.
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O projeto foi idealizado pelo engenheiro agrônomo, pesquisador e doutor em fitotecnia e manejo de olerícolas, Luiz Fernando Favarato, do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Serrano do pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). “O papel Kraft é uma alternativa rentável e ambientalmente correta para o uso em sistemas de produção de olerícolas, no intuito de proporcionar o controle satisfatório de plantas daninhas para a cultura da alface”, disse.
Ele explica que a prática de cobertura do solo, mais conhecida como “mulching” é tradicionalmente recomendada no cultivo da alface, pois apresenta múltiplas funções como: evitar perdas excessivas de água, reter a umidade do solo, diminuir o impacto da chuva e a erosão, conter alterações bruscas da temperatura do solo e reduzir os gastos de mão-de-obra nas capinas.
“O uso do papel Kraft, como cobertura do solo, aplicado diretamente nos canteiros, pode ser visto como alternativa aos “mulchings”, atualmente utilizado na cultura da verdura, devido as suas qualidades de promover uma cobertura do solo de forma imediata, a um custo acessível para o produtor, sem prejuízos com a contaminação do meio ambiente”, observou.
No entanto, o pesquisador lembra que o uso do mulching plástico pode representar algum problema ecológico, uma vez que a composição desse material apresenta-se resistente aos decompositores, acarretando um grande volume de lixo.
Ainda de acordo com o pesquisador, o uso do mulching de palha para a cultura da alface representa de imediato, uma redução de receita para o produtor, devido ao tempo necessário para a formação de uma quantidade de palha adequada para cobertura do solo, que são no mínimo 40 dias – no caso da cultura da alface, este tempo significa praticamente um ciclo de cultivo.
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Espírito Santo (Fapes) em 2016 e finalizado em 2018, com a publicação de dois trabalhos completos em eventos nacionais e a publicação em um livro especializado.
Estudantes participaram do trabalho científico
Os estudos foram realizados em parceria com a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Victório Bravim, localizada na comunidade Araguaia, em Marechal Floriano, na qual dez alunos do curso técnico em Agropecuária foram selecionados como bolsistas de iniciação científica júnior e, juntamente com um monitor e um professor tutor, desenvolveram um trabalho cientifico. Eles compararam cinco métodos de controle de plantas daninhas (plástico preto, plástico dupla face branco, mulching de palha, papel Kraft e capina manual) na cultura da alface.
Os alunos participaram de aulas teóricas, sob as orientações de pesquisadores do Incaper, Rogério Carvalho Guarçoni, Luiz Fernando Favarato e José Mauro de Sousa Balbino, além do professor tutor, Frederico Jacob Eutrópio.
DESEMPENHO – De acordo com Favarato, os resultados com as coberturas de solo foram superiores ao cultivo convencional, ou seja, sem cobertura. “O uso do papel Kraft atingiu 94% de controle satisfatório das plantas daninhas, muito próximo ao observado nos plásticos preto e branco, com 99%, e sem afetar a produtividade da alface. O custo estimado é de R$ 0,59 por metro de canteiro, sem a necessidade de capina.
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