Mitos e verdades sobre a irrigação: conheça a realidade do gotejamento

Foto: Envato

Entenda as principais dúvidas sobre o sistema de irrigação mais eficiente e os erros que prejudicam os resultados

A irrigação por gotejamento é, sem dúvidas, uma das maiores inovações do campo, mas ainda carrega muitas crenças equivocadas. Em momentos de calor intenso e falta de chuvas, surgem questionamentos sobre a eficiência do sistema, levando muitos produtores a tomarem decisões precipitadas. 

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Para esclarecer os mitos e verdades sobre a tecnologia, o engenheiro agrônomo Elídio Torezani, diretor da Hydra Irrigações, destaca as principais informações que você precisa saber.

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Mito 1: A irrigação por gotejamento não atende a demanda hídrica da planta

Durante ondas de calor extremo, é comum ouvir que o sistema de gotejamento não fornece água suficiente para a planta. No entanto, essa visão é superficial e ignora o principal diferencial desse sistema: ele entrega a água de forma localizada, diretamente na área das raízes.

De acordo com Torezani, a frustração dos produtores muitas vezes está relacionada ao manejo inadequado e não ao sistema em si. Ele ressalta que, em climas extremamente secos e quentes, a transpiração da planta é inibida, um fenômeno natural que nenhum sistema de irrigação – seja por aspersão ou gotejamento – consegue reverter completamente.

“A transpiração potencial da planta em temperaturas extremas é muito superior à sua capacidade real de transpirar. Isso é uma resposta ao clima desértico, não uma falha do sistema,” explica o agrônomo.

Mito 2: Sistemas de aspersão são mais eficazes que o gotejamento

Muitos produtores, frustrados com os resultados obtidos durante os períodos de veranico, cogitam substituir o sistema de gotejamento por sistemas de aspersão. No entanto, Elídio Torezani explica que essa troca não é a solução ideal.

Grande parte dos solos cultivados com café conilon apresenta baixa capacidade de retenção de água e limitações na infiltração. Essas características demandam sistemas com baixas taxas de aplicação e alta frequência de regas – algo que não é compatível com a maioria dos sistemas de aspersão. “A eficiência do gotejamento é incomparável, desde que o projeto seja bem elaborado e o manejo realizado corretamente”, afirma Torezani.

Mito 3: O sistema de gotejamento gasta mais água

Ao contrário do que muitos pensam, o gotejamento é o sistema mais econômico em termos de uso de água. 

Segundo o diretor da Hydra Irrigações, esse sistema aplica a quantidade necessária diretamente na raiz da planta, obedecendo às características do solo e a demanda da planta, minimizando desperdícios. 

Mito 4: O gotejador deve ficar diretamente sob a planta

Essa ideia é um equívoco agronômico que pode comprometer a eficiência do sistema. O espaçamento e a vazão dos gotejadores precisam ser definidos com base no “Teste de Bulbo”, que avalia como a água se move no perfil do solo utilizando gotejadores com vazões e volumes de aplicação diferentes. Esse procedimento permite determinar a distância ideal entre os gotejadores para criar uma faixa contínua de umidade, evitando desperdícios.

“Posicionar os gotejadores muito próximos uns dos outros resulta em altas taxas de aplicação, o que leva ao aprofundamento excessivo da umidade e a perdas significativas de água e nutrientes”, complementa Elídio Torezani.

Além disso, a área abaixo do gotejador é naturalmente mais saturada, pois a água se move radialmente para os pontos mais secos. Segundo Torezani, plantas com troncos próximos demais ao gotejador enfrentam encharcamento constante. “Esse excesso de umidade torna as plantas mais vulneráveis a problemas nutricionais e sanitários, como doenças e deficiências de nutrientes”, alerta o especialista.

Verdade: A falta de capacitação é um dos maiores problemas

A falta de conhecimento técnico, tanto na instalação quanto no manejo, é um dos principais fatores que geram frustração com a irrigação por gotejamento. 

Segundo Elídio, muitos produtores não receberam o treinamento necessário para utilizar a ferramenta de forma eficiente. Além disso, o uso de projetos mal elaborados agrava ainda mais a situação. “O resultado, infelizmente, não pode ser positivo quando se tem um projeto inadequado e manejo equivocado. Isso acaba reforçando uma falsa percepção de que o gotejamento não funciona”, pontua o agrônomo.

COMO RESOLVER – A solução está no investimento em conhecimento técnico e em projetos de qualidade. Elídio Torezani enfatiza que o gotejamento, quando bem aplicado, é a ferramenta mais eficiente para otimizar o uso da água e garantir a produtividade no campo.

“Desmistificar esses equívocos é fundamental para que os produtores compreendam o verdadeiro potencial da tecnologia”, conclui. 

Fonte: Vera Caser Comunicação

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