Frutas brasileiras conquistam novos mercados internacionais
Fotos: Túlio Vidal

Danila Ferreira é gerente da cooperativa Cooapinc-04
A fruticultura brasileira está ganhando cada vez mais espaço no cenário global, impulsionada por eventos estratégicos e iniciativas que fortalecem pequenos produtores e cooperativas. A 2ª edição da Fruit Attraction São Paulo – Feira Internacional de Frutas e Verduras, realizada nesta semana na capital paulista, foi uma oportunidade essencial para conectar produtores nacionais a compradores de diversos países, promovendo rodadas de negócios e ampliando as exportações do setor.
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Dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) mostram que, em 2024, as exportações de frutas ultrapassaram um milhão de toneladas, atingindo um faturamento de US$ 1,38 bilhão, um aumento de 2,04% em relação ao ano anterior. Entre os destaques nas exportações estão manga, melão, lima, limão, uva, mamão e melancia.
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Apesar dos avanços, o Brasil ainda ocupa a 23ª posição no ranking de exportação mundial de frutas, representando apenas 4% das vendas globais. Para Vitor Rodrigues Ferreira, coordenador de projetos de fruticultura do Sebrae, o país tem um grande potencial para ampliar sua participação nesse mercado. “Precisamos fomentar o acesso a mercados dos pequenos produtores, ao lado de parceiros como a Abrafrutas, e enfrentar os desafios da fruticultura”, afirma Ferreira.
Ele ressalta que, para competir internacionalmente, é fundamental atender às exigências dos consumidores estrangeiros, como certificações de produção orgânica e sustentável, práticas de desmatamento zero, além da adequação de embalagens e logística.
O papel das cooperativas na expansão da fruticultura
Diante desses desafios, as cooperativas surgem como um modelo eficaz para escalar a produção e consolidar a presença do Brasil no mercado externo. Um exemplo de sucesso é a Amazonbai, associação de produtores de açaí fundada em 2017 no Amapá, que atualmente conta com 151 cooperativas e produz 900 toneladas de açaí liofilizado.
“A partir do próximo ano, com mil cooperados, vamos triplicar a produção”, revela Amiraldo Picanço, engenheiro florestal e presidente da associação. O açaí liofilizado orgânico, em pó, tem atraído a atenção de empresas de gastronomia e das indústrias cosmética e farmacêutica de países como Estados Unidos, Bélgica e Portugal, que preferem essa versão por ser mais concentrada e de maior valor agregado. O objetivo da Amazonbai agora é expandir para China e Índia.
Outro caso de destaque é a Cooapinc-04, cooperativa especializada na produção e exportação de acerola para o México, Estados Unidos e Europa. Criada em 2007, a cooperativa recebeu apoio do Sebrae para sua formalização e crescimento.
“O Sebrae ajudou a montar nosso estatuto e regimento interno e trouxe a gente para uma feira tão importante como essa”, explica Danila Ferreira, gerente da cooperativa. A meta agora é aumentar a produção de acerola orgânica, reduzindo o uso de pesticidas e adotando boas práticas agrícolas para alcançar o resíduo zero, uma exigência cada vez mais comum nos mercados internacionais.
“A adoção de parâmetros orgânicos aumentou o custo de produção, mas também ampliou nosso mercado”, destaca o engenheiro agrônomo Paulo Cardoso, coordenador do projeto de agroindústria da Cooapinc-04.
Uvas brasileiras em destaque
Outro modelo bem-sucedido na fruticultura nacional é a Coopexvale, que produz 12 variedades de uvas com e sem sementes, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao externo. Para exportação – especialmente para EUA, Holanda, Alemanha e Inglaterra –, 100% das uvas enviadas são sem sementes e certificadas dentro dos padrões globais de boas práticas agrícolas. “É importante diluir nos mercados interno e externo a produção para garantir sustentabilidade ao negócio”, explica Álvaro Solano, presidente da Coopexvale.
A certificação e a participação na Fruit Attraction São Paulo são fundamentais para a abertura de novas oportunidades. Com o apoio do Sebrae, a cooperativa tem conseguido ampliar sua rede de contatos e fortalecer sua presença no comércio internacional.
O futuro da fruticultura brasileira
O Brasil tem potencial para expandir significativamente sua participação nas exportações globais de frutas. Eventos como a Fruit Attraction São Paulo desempenham um papel crucial ao facilitar o acesso dos pequenos e médios produtores a compradores internacionais, permitindo que a qualidade e a diversidade das frutas brasileiras sejam reconhecidas e valorizadas mundialmente.
Com o fortalecimento das cooperativas, a adoção de certificações e a modernização da logística, o setor caminha para um crescimento ainda mais expressivo nos próximos anos, consolidando o país como um grande centro de exportação de frutas.
Fonte: Sebrae
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