Frente fria poderá afastar nuvem de gafanhotos do Brasil
Julio Huber
Uma frente fria que está prevista para chegar ao Sul do Brasil a partir da madrugada desta quinta-feira (25) poderá afastar a nuvem de gafanhotos da fronteira do país. Na tarde de hoje (24) já começou a chover em algumas cidades do Sul. De acordo com o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Dori Edson Nava, os insetos não gostam de frio, e o vento também deve levá-los para o Uruguai.
Anúncio
Em um vídeo feito por autoridades argentinas, é possível ver os gafanhotos pousados em uma vegetação!
Anúncio
“A informação mais recente é de que a nuvem de gafanhotos ainda está na província de Corrientes, na Argentina, e as autoridades locais estão fazendo um controle dos insetos. Além disso, o avanço da frente fria pode ser determinante para que os gafanhotos não entrem em território brasileiro”, acredita o pesquisador.
Especialistas explicam sobre os gafanhotos que avançam em direção ao Brasil
O secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, informou que durante o dia de hoje os municípios de fronteira do Brasil estavam sendo monitorados. “Estamos montando um plano de contingência e estamos analisando se já deixamos o Estado em alerta. Estamos vendo os melhores caminhos para utilizar recursos e ações para combater os gafanhotos, como o uso de defensivos agrícolas por meio de aviões agrícolas”, informou.
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), Marcelo Lopes da Silva, que é presidente do Comitê Gestor do Portfólio de Sanidade Vegetal, informou que a região que corre mais risco da entrada dos insetos é a fronteira-oeste do Rio Grande do Sul, particularmente as regiões próximas aos municípios de São Borja e Uruguaiana.
Aviões podem ser usados para combater nuvem de gafanhotos no Brasil
“A última nuvem do gafanhoto migrador sul-americano que atingiu o Brasil foi em 1946 e ocasionou altos prejuízos naquela época, pois a área afetada no Brasil foi praticamente toda a região Sul. Geralmente, esses insetos preferem alimentar-se em gramíneas, culturas como milho, arroz, trigo, cana-de-açúcar e pastagens. Mas esses insetos podem atacar soja, feijão e algodão. Na ausência de culturas, a vegetação natural pode ser atacada. Na situação atual, as culturas de inverno no sul poderiam ser as mais afetadas”, informou o pesquisador.
Nuvem de gafanhotos devoradores pode chegar ao Brasil nos próximos dias
Ele reforçou que no momento, a melhor estratégia é monitorar a situação e estar preparado com um plano de supressão da praga em caso de necessidade. “É muito difícil impedir o avanço das nuvens, mas de acordo com a intensidade, as ações de controle podem ser eficazes. Temos a experiência da Argentina, que pode ser adaptada às condições brasileiras, pois ao contrário do país vizinhos, não há formação de nuvens no nosso território”, destacou.
O deslocamento da nuvem de gafanhotos pode ser acompanhado por meio de mapas atualizados pelas autoridades argentinas, basta clicar aqui!
Anúncio
Anúncio