Ferrovia EF-118 avança: Espírito Santo se consolida como hub logístico nacional
Foto: Fabrício Saiter

A construção da Ferrovia EF-118, que ligará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, deu mais um passo rumo à sua concretização. Durante o Seminário Infraestrutura e Logística – Espírito Santo como solução logística para o Brasil, realizado na última terça-feira (18), a MRS Logística anunciou seu interesse em investir no projeto. O evento reuniu autoridades, empresários e especialistas do setor para debater estratégias que impulsionem o desenvolvimento da infraestrutura capixaba.
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O projeto da EF-118 já passou por audiências públicas e aguarda análise do Tribunal de Contas da União (TCU). A previsão é que o edital seja encaminhado ao órgão no terceiro trimestre de 2024, com leilão previsto para o primeiro trimestre de 2026. Segundo Leonardo Ribeiro, secretário nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, esse modelo de construção ferroviária é inédito no país. “A iniciativa privada investe na implantação de uma ferrovia greenfield, ou seja, um projeto desenvolvido do zero, sem estruturas pré-existentes”, explicou.
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Alessandro Baumgartner, superintendente de Transporte Ferroviário da ANTT, reforçou que a EF-118 é um dos projetos ferroviários mais avançados do Brasil e pode transformar o Espírito Santo em um centro logístico ainda mais estratégico para a economia nacional.
O presidente da Findes, Paulo Baraona, enfatizou a relevância da ferrovia para a economia capixaba e nacional. “Nosso estado já se destaca pelo complexo portuário e ambiente de negócios favorável, mas podemos ir além se investirmos na infraestrutura. A integração logística é essencial para maximizar nosso potencial”, destacou.
Oportunidades para o setor produtivo e portuário
Os portos capixabas também foram tema de discussão. Representantes de terminais como Imetame, TVV/Log-In, Vports e Porto Central apresentaram investimentos e perspectivas de crescimento.
Pedro Benevides, diretor comercial e novos negócios da Vports, ressaltou a prioridade de manter cargas estratégicas no estado e aumentar a eficiência dos ativos terrestres e marítimos. Já Gilson Pereira, CEO da Imetame Logística Porto, mencionou a aprovação federal para a mudança de localização da Zona de Processamento para Exportação (ZPE) de Aracruz, que agora ficará mais próxima dos portos.
O fundador e membro do conselho do Porto Central, Fabrício Cardoso, frisou a importância da EF-118 e do projeto da ferrovia ES-352, que ligará o Porto Central a Minas Gerais e Goiás, com potencial de expansão até Mato Grosso. “É um projeto estratégico para o escoamento de commodities, como grãos e minérios, fortalecendo a integração logística entre o porto e o interior do país”, afirmou.
Desafios e cobranças por celeridade
O vice-governador Ricardo Ferraço reforçou a necessidade de agilidade na implantação da EF-118 e na renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Ele destacou o potencial do ramal Anchieta-Presidente Kennedy e cobrou revisão do modelo de concessão ferroviária.
Os secretários estaduais Sérgio Vidigal (Desenvolvimento) e Fábio Damasceno (Mobilidade Urbana e Infraestrutura) mencionaram os investimentos em aeroportos, rodovias e no Parklog – projeto voltado à eficiência portuária –, mas reforçaram que a expansão ferroviária é essencial para otimizar a logística estadual.
O papel do LIDE na articulação empresarial
O seminário foi organizado pelo LIDE ES, que promove debates estratégicos entre líderes empresariais e públicos. O presidente do grupo, Thiago Santos, destacou que o evento marca o início de uma série de encontros voltados ao empresariado capixaba, fortalecendo a articulação do setor produtivo com a agenda de infraestrutura.
Fundado em 2003, o LIDE atua globalmente promovendo a integração entre empresas e entidades privadas. No Espírito Santo, seu conselho estratégico é composto por executivos de segmentos diversos, como indústria, educação, tecnologia e planejamento imobiliário.
Próximos passos
Com a perspectiva de leilão em 2026, a EF-118 se aproxima da execução. O desafio agora é garantir que os trâmites regulatórios avancem sem entraves, permitindo que o projeto transforme o Espírito Santo em um eixo logístico cada vez mais robusto para o Brasil.
Fonte: C2 Press
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