Experiências do Brasil Rural: o charme do Roteiro Agroturismo do Espírito Santo
As Montanhas Capixabas, conhecidas pela natureza exuberante e um clima ameno sedutor, foram o destino da Agência de Notícias do Turismo na quinta reportagem da série sobre o Projeto Experiências do Brasil Rural. Na região, a cidade de Venda Nova do Imigrante abriga o Roteiro Agroturismo, um dos contemplados pela parceria entre os ministérios do Turismo, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), que capacita empreendedores para o desenvolvimento do turismo no campo.
A rota no Espírito Santo, repleta de traços da colonização italiana, envolve um conjunto de 35 propriedades agrícolas familiares, hotéis e restaurantes, entre outros, onde o turista pode provar diversas especiarias e, de quebra, conhecer o processo de fabricação. O recheado cardápio inclui delícias como queijos e derivados do leite, embutidos, cafés especiais, cervejas artesanais, cachaças, vinhos, massas, biscoitos, doces e a famosa polenta – ícone do município, feita com milho específico -, todas elas apresentadas por anfitriões durante as visitas.
Anúncio
Carla Caliman, representante do roteiro, ressalta que as qualificações do projeto contribuem para aprimorar a visibilidade e a integração dos empreendimentos. “Pelo projeto trabalhar o roteiro, e não individualmente o empreendedor, a gente vislumbra um novo momento para o roteiro. Queremos oferecer experiências ainda mais memoráveis ao turista e mostrar a nossa essência, o que realmente nós conseguimos oferecer para esse turista”, comenta Carla, também secretária de Turismo, Cultura e Artesanato de Venda Nova do Imigrante.
Anúncio
Os atrativos da rota incluem outras vivências típicas do campo, a exemplo de um sítio que permite contato próximo com animais envolvidos na elaboração de laticínios e carnes. Também é possível conhecer a produção de socol (embutido de carne suína) e participar da fabricação caseira de massas, bem como praticar “colha e pague” de morango e passear por parreirais destinados à confecção de sucos e vinhos. Há ainda a singular alternativa de acompanhar a colheita de lavanda e de orquídeas, atividades muito procuradas por turistas.
A representante Carla Caliman observa que as capacitações do Experiências do Brasil Rural ajudam a preparar o roteiro para a tendência de incremento do turismo no campo no período pós-pandemia. “Considerando esse momento da pandemia, delicado para o turismo, a gente precisa agora se atualizar para compreender as mudanças no fluxo turístico, o que os turistas têm buscado. Então, realmente é muito importante ter esse momento das capacitações, para a gente pensar as próximas metas para o nosso roteiro como um todo”, aponta.
FESTAS – Celebrações alusivas à colonização italiana também figuram entre as opções. Em outubro, ocorre a Festa da Polenta, realizada há 43 anos e que homenageia o alimento-base dos primeiros imigrantes. O ponto alto do evento, organizado por voluntários e com perfil filantrópico, é o “tombo da polenta”, quando 1.200 quilos da comida são despejados de uma panela gigante. Já no mês de julho, acontece a Serenata Italiana, quando moradores saem às ruas cantarolando canções típicas, com direito a um “polenta-móvel” e a um fogão à lenha sobre rodas, que servem iguarias típicas regadas a muito vinho.
HISTÓRICO – Os primeiros negócios do roteiro iniciaram atividades no final da década de 1980, tendo como principais características a ruralidade, as tradições familiares e a gastronomia. No início dos anos 90, empreendedores conheceram na Itália o modelo de “Agriturismo” e adotaram o formato de Agroturismo no Brasil, conceito este utilizado em destinos capixabas e de outros estados. A iniciativa rendeu a Venda Nova o título de Capital Nacional do Agroturismo, conferido no ano de 2005 pela Associação Brasileira de Turismo Rural (Abratur).
PROJETO – Além do Agroturismo do Espírito Santo, integram o Experiências do Brasil Rural os roteiros “Terra Mãe do Brasil, seus caminhos, segredos e sabores”, da Bahia; a Rota Amazônia Atlântica, do Pará; a Rota do Queijo Terroir Vertentes e a Rota Gourmet das Terras Altas da Mantiqueira, em Minas Gerais; o Caminhos do Campo, em Santa Catarina, e a Ferradura dos Vinhedos e o Roteiro Farroupilha Colonial, no Rio Grande do Sul. Após um diagnóstico inicial, empreendedores participam agora de capacitações sobre as cadeias produtivas de interesse do projeto: queijos, vinhos, cervejas e frutos da Amazônia.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destaca a atenção do governo federal à adequada estruturação do meio rural para o aproveitamento turístico das potencialidades do campo. “Os atrativos rurais do país – referência mundial no setor agrícola – têm um enorme poder de atrair visitantes. O nosso objetivo é ampliar a oferta turística nacional, bem como gerar alternativas de renda a agricultores familiares que também trabalham o turismo, com reflexos extremamente positivos na geração de emprego e renda”, explica.
A primeira etapa das qualificações do projeto consistiu na realização dos seminários virtuais “Visões de Mercado”. Durante as transmissões, realizadas por meio do YouTube do MTur, empreendedores de sucesso no turismo rural detalharam suas trajetórias e destacaram vantagens da capacitação (assista ou reveja aqui e aqui). Em uma segunda fase dos painéis online, neste mês setembro, estão previstas outras palestras sobre temas apontados nos diagnósticos, também ministradas por especialistas.
Fonte: Ministério do Turismo
Anúncio
Anúncio