Cooperativismo agroindustrial mostra força e protagonismo em seminário do BNDES

Foto: Sistema OCB

Em tempos em que sustentabilidade, inovação e inclusão ganham protagonismo no debate sobre o futuro da economia, o cooperativismo agroindustrial brasileiro se destaca como uma alternativa sólida e transformadora. Foi com esse pano de fundo que o Sistema OCB e o BNDES promoveram, na última quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, o seminário “O impacto do cooperativismo no desenvolvimento do Brasil e o apoio do BNDES”.

O encontro reuniu representantes do governo federal, lideranças do setor produtivo e dirigentes de cooperativas para debater estratégias que aliam crescimento econômico com preservação ambiental e geração de renda no campo.

Cooperativas dão escala e ampliam acesso

Anúncio

Logo na abertura do painel “O cooperativismo de produção agroindustrial e o desenvolvimento sustentável”, o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luiz Gordon, destacou a importância das cooperativas para o agronegócio brasileiro.

“Hoje, cerca de metade da produção de grãos do Brasil está relacionada, direta ou indiretamente, ao trabalho das cooperativas”, ressaltou. Segundo ele, além de ampliar o acesso dos pequenos e médios produtores à tecnologia e insumos, as cooperativas impulsionam investimentos em infraestrutura, como a construção de armazéns e usinas.

Anúncio

Gordon também apresentou dados do avanço no financiamento ao setor: em 2023, o banco destinou R$ 7,5 bilhões ao cooperativismo agroindustrial – um crescimento superior a 120% em relação ao ano anterior. O diretor destacou ainda o apoio do BNDES à produção de etanol por meio das cooperativas, com recursos do Fundo Clima. “Queremos estar cada vez mais próximos do cooperativismo, contribuindo com financiamento, estrutura e visão de futuro”, completou.

Cooperativas nas políticas públicas

Representando o Ministério da Agricultura e Pecuária, o secretário Pedro Neto reforçou o papel estratégico das cooperativas nas políticas públicas voltadas ao agro. “Hoje, são mais de 1.170 cooperativas agropecuárias em atuação no Brasil. Isso revela a vocação do país e a necessidade de políticas que conversem com esse universo”, disse.

Neto destacou ainda o papel das cooperativas na abertura de mercados internacionais. “Quando abrimos um novo mercado, é como abrir uma lojinha. Mas é preciso que os produtos cheguem até lá. As cooperativas são essenciais nesse processo”, comparou.

Ele citou, como exemplos de políticas integradas ao cooperativismo, a Nova Indústria Brasil, o Plano ABC+ e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD) – este último, segundo ele, passará por reformulação e terá foco ainda mais forte em sustentabilidade e financiamento.

Casos de sucesso que inspiram

Entre os exemplos inspiradores apresentados no evento, chamou atenção o trabalho da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), do Pará. O presidente da entidade, Alberto Oppata, compartilhou a experiência bem-sucedida da agroindústria local, baseada em modelos agroflorestais e valorização do conhecimento tradicional.

A Camta já impactou positivamente mais de mil famílias em 25 comunidades no Brasil, Bolívia e Gana. “Com 172 cooperados e mais de 1.800 agricultores vinculados, promovemos renda, dignidade e preservação ambiental”, afirmou Oppata. A valorização do cacau no mercado internacional impulsionou o faturamento da cooperativa de R$ 40 milhões para R$ 120 milhões.

Outro destaque foi a Frimesa, cooperativa central formada por cinco gigantes do agro: Lar, Copagril, Primato, C.Vale e Copacol. O diretor-presidente Elias Zydek destacou que a Frimesa emprega mais de 70 mil pessoas e reúne cerca de 3 mil produtores integrados.

“Lideramos o abate de suínos no Paraná, somos a quarta maior processadora de carne suína do Brasil e a segunda maior indústria de lácteos do estado”, disse. Com faturamento de R$ 6,5 bilhões em 2023 e previsão de R$ 7,2 bilhões para este ano, a cooperativa aposta forte em metas ESG até 2040 e na modernização de sua estrutura.

O executivo agradeceu o apoio do BNDES para a construção do frigorífico mais moderno da América Latina, com capacidade para abater 15 mil suínos por dia até 2030. “Estamos construindo um futuro sustentável, com inovação, responsabilidade e compromisso com o produtor e o consumidor”, concluiu.

Fonte: Sistema OCB

Anúncio

Anúncio

Últimas notícias

OCB/ES aprova contas e reforça parcerias durante Assembleia Geral 2025

Foto: Sistema OCB/ES Com foco em transparência, planejamento e fortalecimento institucional, a 53ª ...

Operação apreende quase mil toneladas de farinha animal clandestina

Foto: Divulgação No dia 9 de abril, o Ministério da Agricultura e Pecuária ...

Cerrado Summit reúne lideranças para construir propostas sustentáveis rumo à COP30

Teve início nesta terça-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães (BA), o Cerrado Summit ...

Planta com sépalas amarelas é descoberta pela primeira vez no Espírito Santo

Uma variação inédita da espécie Dichorisandra procera, com pétalas azuis e sépalas amarelas, ...

Sicoob investe em usina solar na Estação Conhecimento da Serra

Foto: Freepik Com foco no impacto social e na sustentabilidade, o Sicoob Conexão ...