Brasil precisa investir em hidrovias e ferrovias para escoamento de mercadorias
Em entrevista exclusiva ao portal Brasil 61.com, o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, afirmou que o país tem um grande desafio a ser superado no que diz respeito à logística de escoamento de produtos. Segundo ele, o modal predominante é o rodoviário, mas que para se manter competitivo, é preciso investimento na infraestrutura hidroviária e ferroviária.
“O Brasil ainda precisa avançar nesses dois modais. Produzimos acima do paralelo, porém, exporta, se não me engano, abaixo de 30%. Sendo que 70% ou mais saem pelos portos da região Sul e Sudeste onde a produção hoje se encontra menor. A cada ano tem melhorado a infraestrutura dos portos, em questão de ampliação de capacidade de exportação, porém, a logística até chegar a esses portos ainda é difícil. Mas, estamos avançando. Conseguimos concluir a BR-163 que é um canal importantíssimo para escoar os grãos do Mato Grosso, pelos portos do Arco Norte”, destacou.
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Bruno Lucchi também afirmou que, no geral, o setor superou bem a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Na avaliação dele, a adaptação às tecnologias foi primordial para a manutenção das atividades, garantindo bons resultados, apesar de alguns segmentos terem sofrido com a queda da movimentação financeira.
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“O setor usa a tecnologia muito bem é extremamente competitivo e, nesse momento de pandemia, foi importante. Como o país tem esse potencial de produção, já vinha se organizando para cada vez mais ampliar a sua capacidade exportadora, acreditamos que, somado à questão cambial, de certa forma, fomenta ainda mais essa exportação, nós teremos um patamar positivo no segundo semestre principalmente no que se refere às proteínas animais, carne bovina, carne suína e carne de aves”, pontuou.
“Os outros produtos, como soja, açúcar, café, também vão se manter em patamares melhores que no ano anterior. Alguns têm diferença na questão da sazonalidade de produção há uma exportação geralmente maior no começo do ano em relação ao segundo. Mas comparado ao ano passado, acreditamos que vai estar maior”, completou o superintendente técnico da CNA.
Questionado se há algum fator específico que contribuiu para a manutenção do padrão das atividades dos agricultores familiares durante a crise, Lucchi citou o auxílio emergencial liberado pelo governo federal. O superintendente ressaltou, ainda, que o setor se preocupa com a redução do valor do benefício e, principalmente com o fim dos repasses.
“Sabemos que ele ajudou muito a manter o consumo de alimentos e, em alguns casos, até aumentou, principalmente o consumo em domicílio. Então, isso tudo preocupa. Como vai ser esse comportamento nos próximos meses, principalmente vindo de um patamar de aumento de custo de produção,” salientou.
Na ocasião, Bruno Lucchi também mencionou o trabalho do setor voltado à garantia da merenda escolar para alunos da rede pública, tendo em vista que muitas crianças só têm uma alimentação adequada quando estão presentes no ambiente escolar.
“Nós conseguimos, inclusive, alterar uma lei, permitindo que as escolas continuassem comprando alimento, porém, doando às famílias dos estudantes. De certa forma, com isso, você ajudaria duas famílias. A família dos agricultores familiares, que continuaria mantendo esse canal de vendas; e a família das crianças, que muitas se encontram em vulnerabilidade social, perdendo emprego e renda”, destacou.
Além da merenda escolar, o superintendente da CNA mencionou outros programas que ajudassem, de certa forma, os produtores rurais a manterem suas atividades mesmo durante a pandemia, como é o caso Programa de Aquisição de Alimento (PAA).
“Esse programa, além de compras governamentais – não é só escola, também hospitais, asilos e o próprio exército, que usa para alimentação da equipe – nós conseguimos ampliar esse orçamento, que era de R$ 137 milhões, para R$ 500 milhões. Isso, de certa forma, vai ajudar na ampliação das compras governamentais”, explicou Bruno Lucchi.
Fonte: Brasil 61
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