Brasil pode atender a 48% da demanda de créditos de carbono mundial

As mudanças climáticas que o mundo tem enfrentado chamam a atenção por alterarem, por completo, a sustentabilidade e o futuro do planeta, o que exige atenção, conscientização e tomada de ações acerca deste assunto. Uma das soluções discutidas atualmente e que auxiliam no combate aos efeitos gerados a partir das atividades setoriais é conhecida como o mercado de créditos de carbono, que busca compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), especialmente o CO2, entre organizações que possuem projetos com mecanismos de desenvolvimento limpo e as que não possuem, e, portanto, adquirem os créditos gerados pela primeira.

Neste cenário, o Brasil tem um grande potencial e pode atender a mais de 48% da demanda mundial de crédito de carbono até 2030, como é evidenciado por um estudo realizado ainda neste ano pela WayCarbon e pela Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), devido às oportunidades favoráveis de implementação de projetos no combate ao desmatamento e na geração de energias renováveis.

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Especialista da em presa Marca Ambiental, Átila Pavan comenta que a geração de créditos de carbono contribui com o desenvolvimento mais sustentável do planeta e com a preservação do meio ambiente. Segundo ele, o dióxido de carbono é um dos principais gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas que seguem impactando o planeta, além de ser utilizado como base de referência para outros GEE, por meio da unidade CO2 equivalente.

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“Sabemos que o maior consumo gera, consequentemente, maior emissão de GEE para a atmosfera devido à necessidade de mais matéria-prima e de energia para a produção. Por isso, a geração de créditos de carbono é uma solução adequada para combater tais projeções, pois um crédito equivale a uma tonelada de CO2 que foi bloqueada de ser emitida e, assim, há a busca pelo equilíbrio e compensação dos níveis de GEE na atmosfera terrestre”, explica Átila.

Além de despontarem no mercado como uma solução viável e que contribui, diretamente, para o desenvolvimento sustentável do planeta, os créditos de carbono também são destaque em estudos e análises acerca da economia mundial. A Ecossystem Marketplace, uma organização sem fins lucrativos, em estudo internacional divulgado em agosto deste ano, afirma que o mercado voluntário de aquisição de créditos de CO2 quadruplicou no último ano, chegando a US$ 2 bilhões em todo o mundo.

A McKinsey, uma consultoria estadunidense, estima que este mercado pode atingir US$ 50 bilhões até 2030. Ambos os estudos das instituições indicam que este é um mercado importante, além de essencial, para o combate dos efeitos dos gases de efeito estufa.

Espírito Santo recebe projeto inédito com foco em créditos de carbono

Atualmente, o estudo da McKinsey indica que o Brasil tem 15% do potencial global para gerar novos créditos de carbono por meio de atividades naturais, o que equivale a, aproximadamente, 1,9 bilhão de toneladas de CO2. Este potencial conta com iniciativas de empresas e governos em todo o país, como no Espírito Santo, que recebe a implementação do primeiro projeto de créditos de carbono. A iniciativa, originada pela empresa referência na valorização de resíduos em terras capixabas, tem como propósito gerar energia renovável a partir da transformação de biogás.

“Os resíduos sólidos, que são gerados inclusive em nossas residências, são enviados a aterros sanitários e, em decomposição, geram o biogás, que é composto por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), e é considerado uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa. Nos aterros, o biogás é captado e enviado para uma Usina Termelétrica a Biogás para que ocorra a transformação em energia elétrica renovável, que, devido à destruição do metano – 28 vezes mais poluente em termos de aquecimento global que o CO2 -, contribui para a redução dos poluentes na atmosfera e é originado a partir de fontes limpas e sustentáveis”, descreve Átila.

Usina Termelétrica a Biogás é a única do Estado

O projeto de créditos de carbono, idealizado pela Marca Ambiental, conta com o gerenciamento e a transformação na primeira e única Usina Termelétrica a Biogás (UTE) do Espírito Santo, que está localizada na CVR Marca e é gerenciada pela Liberum Energia. Em operação desde 2020, o equipamento tem capacidade de gerar 5 MW e já gerou mais de 40.000 MW/h desde o início de sua atuação. Além disso, a UTE é responsável por economizar mais de R$ 2 milhões para os clientes e por evitar a emissão de mais de 200 mil toneladas de CO2 equivalente por ano para a atmosfera.

Fonte: Tipz Comunicação

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