Aves românticas do Brasil são exemplo para os humanos

Afeto não é uma exclusividade humana. Outras espécies também compartilham carinho e cuidado, às vezes por toda a vida. O tema, sugestivo para a semana em que se comemorou o Dia dos Namorados, é objeto constante de estudos, mas, apesar de certo “romantismo”, o que se sabe é que esse comportamento está relacionado com a necessidade de reprodução e evolução biológica.

“Devido à sua beleza, formas e cantos, as aves fascinam e estão entre os melhores grupos animais para engajar a sociedade com a conservação da natureza. O comportamento monogâmico de algumas espécies aproxima ainda mais as aves e as pessoas”, diz o biólogo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Pedro Develey, que também é diretor-executivo da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).

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No país, as aves roubam a cena: cerca de 90% delas formam casais que ficam juntos por períodos reprodutivos ou por toda a vida. “As unidades de conservação brasileiras, que cobrem uma área de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 17% do território nacional, têm importante papel na preservação de ambientes equilibrados para a conservação da fauna, incluindo as aves”, explica Marion Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário.

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Na semana em que se comemora o Dia dos Namorados, confira algumas espécies de aves “românticas” que vivem no Brasil e saiba um pouco mais sobre elas:

PAPAGAIOS – Os papagaios são os mais populares e sociáveis. São conhecidos como mestres do amor eterno devido à estimativa de que 90% sejam monogâmicos. Papagaio é o nome popular do gênero Amazona, com mais de 30 espécies que vivem no hemisfério Sul e na América Central. No Brasil, são 12 espécies que podem ser encontradas no país todo, especialmente na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica.

O mais comum deles é o papagaio-verdadeiro. Eles se destacam pela beleza, graciosidade, inteligência e longevidade. Vivem em média 60 anos, podendo chegar aos 80. Algumas espécies estão ameaçadas de extinção devido ao desmatamento e ao tráfico ilegal de animais silvestres.

ARARAS – Assim como os papagaios, há várias espécies de araras, um dos símbolos da fauna brasileira. As mais conhecidas são a arara-azul-grande, a arara-canindé, a arara-vermelha e a arara-militar. Estão presentes, principalmente, na Amazônia e em rios costeiros, podendo ser encontradas também no Pantanal e em áreas de Cerrado no Planalto Central.

Com características afetuosas e brincalhonas, o casal vive junto por muito tempo, mesmo fora dos períodos reprodutivos. Por esse motivo, sua taxa reprodutiva é baixa, tendo quase sempre dois ovos a cada ninhada. Vivem por 60 anos ou mais e também correm risco de extinção devido à caça e captura ilegal.

SUINDARA, A CORUJA-DA-IGREJA – Também conhecida como coruja-da-torre ou coruja-católica, a espécie está entre os grandes exemplos de vínculo na vida animal, demonstrando forte ligação não só com o parceiro, mas também com o território. É uma ave popular no Brasil por também viver em centros urbanos, usando sótãos, celeiros e torres de igrejas para dormir ou fazer seu ninho.

Tem vida média de 10 anos. Os biomas que mais abrigam corujas no Brasil são Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e Caatinga. A porção sul da Mata Atlântica, localizada nos estados do Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, reúne cerca de 17 espécies. Há poucos dados sobre o status de conservação das corujas. Na maioria das vezes, são classificadas como “espécie com dados desconhecidos” nas listas de espécies ameaçadas de extinção.

ALBATROZ – No Brasil, ocorrem dez espécies de albatroz, que vivem na costa litorânea de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Quando acasala, a ave mantém o seu par para o resto da vida. São conhecidos pela troca de carícia com o toque dos bicos e pela dança que o macho executa para atrair a fêmea. No período de reprodução, o macho escolhe o local para o ninho, defendendo o território de outros animais até a chegada de sua parceira.

O casal se reveza para chocar os ovos e buscar alimento. O albatroz é uma ave marinha de grande porte, que consegue voar longas distâncias, mas é mais conhecido por suas aterrissagens desajeitadas. Passa a vida, que pode chegar a quase 50 anos, voando em alto-mar e tem a habilidade de dormir na superfície da água.

Fonte: Fundação Boticário

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