Ácido cítrico aprimora a qualidade de rações para tilápia

Foto: Gabriel Pupo Nogueira

A morfologia intestinal da tilápia foi positivamente afetada pela suplementação com ácido cítrico, sugerindo uma melhora na sua saúde gastrointestinal

Uma pesquisa feita por cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) mostrou que o ácido cítrico pode ser um bom aditivo na ração para tilápias. O estudo revelou que adicionar ácido cítrico melhora a absorção de fósforo em mais de 42% e de cálcio em mais de 47% nas tilápias. Além disso, a saúde intestinal dos peixes também melhorou com o uso do aditivo.

Anúncio

O ácido cítrico é um ácido orgânico barato e com gosto agradável, usado como aditivo alimentar para vários animais. No entanto, ainda há poucas informações sobre seu uso em peixes. Por isso, o estudo focou na tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie de peixe mais produzida no Brasil.

Anúncio

Hamilton Hisano, coordenador da pesquisa da Embrapa, explicou que, embora o ácido cítrico não tenha alterado significativamente o crescimento ou a composição das tilápias, ele melhorou a absorção de fósforo e cálcio. Isso é importante porque dietas que utilizam ácido cítrico podem ajudar a reduzir a poluição nos ambientes aquáticos ao diminuir a liberação de fósforo.

A suplementação com ácido cítrico pode melhorar o sistema imunológico dos peixes, o que pode diminuir a necessidade de antimicrobianos na produção e melhorar a aceitação do produto no mercado. O uso de antimicrobianos na alimentação animal preocupa muitas pessoas devido aos riscos à saúde humana, explica Ricardo Borghesi, pesquisador da Embrapa.

Parte dessa pesquisa foi realizada durante o mestrado em Zootecnia de Israel Cardoso, da UEMS. “Esse estudo pioneiro mostra o potencial desses aditivos na aquicultura, abrindo caminho para uma produção de peixes mais sustentável e saudável”, afirma Cardoso.

A pesquisa recebeu apoio financeiro do projeto BRS Aqua, que visa fortalecer a infraestrutura de pesquisa da Embrapa e promover tecnologias para o desenvolvimento da aquicultura no Brasil, aumentando a produção e melhorando a competitividade e sustentabilidade da cadeia de pescado nacional.

A incorporação de ácido cítrico em rações dietéticas geralmente ocorre nas concentrações de 1%, 2%, 3% e 4%. Esse aditivo é utilizado, principalmente, por seus efeitos benéficos no crescimento dos animais.

“Temos trabalhado intensamente para melhorar a absorção de cálcio e fósforo, focando especialmente no fósforo, que é um poluente aquático. Estamos atentos à tendência mundial de desenvolver rações mais amigáveis ao meio ambiente. Essa abordagem abre a possibilidade de se criar um selo de Ração de Menor Impacto Ambiental”, prevê Hisano. Além disso, o pesquisador defende que as certificadoras considerem como esses aditivos podem não só promover o crescimento e a saúde dos peixes, mas também minimizar o impacto ambiental.

Os autores são Hamilton Hisano, Giovanni Ferri e Alex Júnio Cardoso, da Embrapa Meio Ambiente, Israel Cardoso e Michelly Pereira Soares, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e Ricardo Borghesi, da Gerência-Geral de Parcerias da Embrapa. O trabalho completo pode ser acessado aqui.

Fonte: Embrapa

Anúncio

Anúncio

Últimas notícias

Imigração Italiana ganha documentário que será lançado em seminário de turismo

Fotos: Julio Huber Máximo e Cacilda Lorenção participam do documentário que narra a ...

Boletim Logístico da Conab aponta variações nos preços de frete e desafios para o escoamento de grãos

Foto: Freepik O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam ...

Vaca brasileira chega a R$ 24 milhões e é considerada a mais valorizada do mundo

Foto: Divulgação Tri Grande Campeã da raça Nelore, com os títulos da Exposição ...

Cafés do Espírito Santo vencem o Coffee of the Year 2024

Fotos: Nitro/Semana Internacional do Café Paulo Roberto Alves, do Sítio Campo Azul, de ...

Abaixo-assinado mobiliza sociedade contra venda de fazenda do Instituto Agronômico de Campinas (IAC)

Foto: Iac/Divulgação Pesquisadores científicos, docentes universitários, parlamentares, sindicatos, produtores rurais e diversas pessoas ...