Depois da porteira

Nelson Moreira

Jornalista / Agência de Notícias Agropress

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A ministra da Agricultura Teresa Cristina (DEM), está cada vez mais assumindo a função de bombeiro no Governo Bolsonaro.  Isto porque, nos últimos meses, componentes do Governo e de fora dele, tem publicado em redes sociais, posts que criam fortes embaraços com a China, um dos principais compradores de grãos e outros produtos do Brasil. E sempre que consegue apagar o fogo com os parceiros chineses, um novo incêndio acontece.

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi, mais uma vez, quem provocou o fogo. Segundo o jornal Correio Brasiliense, Araújo insinuou em seu Blog pessoal que o Covid-19 foi uma criação chinesa. De acordo com o ministro, o “comunavírus”, “vírus ideológico” que se sobrepõe ao coronavírus, faz “despertar para o pesadelo comunista” e arrematou dizendo que não bastasse o Corona vírus, precisamos enfrentar também o Comunavírus”

Uma primeira situação já tinha sido contornada pela Ministra, quando o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente, acusou o Partido Comunista Chinês de ser responsável pela pandemia do Corona Vírus. A Embaixada da China no Brasil exigiu retratação. Ernesto Araújo ao invés de acalmar os ânimos criticou o Embaixador Chinês, no Brasil, por ter repreendido Eduardo Bolsonaro via tweeter. Toda esta ação precisou de um encontro entre o Presidente Bolsonaro e o Embaixador patrocinado pela Ministra, para acalmar os ânimos e não criar problemas no comércio com a China. A nova publicação do chanceler brasileiro não teve qualquer comentário por parte dos chineses. Simplesmente eles direcionaram suas compras de soja para os Estados Unidos.  

Setores do agronegócio no Brasil repudiaram veementemente as posições de Ernesto Araújo e saíram em apoio à Ministra Teresa Cristina, que, por sinal, passou a enfrentar ataques pelas redes sociais, por conta desta aproximação com o país asiático que só no ano passado foi responsável pela entrada de R$ 20 bilhões no Brasil, por conta da compra de 80% da soja produzia nos campos brasileiros. 

Em relação a isto, o ex-ministro da agricultura, Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do mundo, disse em um evento no qual reuniu seis outros ex-ministros, que pouco importa qual a opção política de um país, mais relevante é quais as possibilidades de negócio que o Brasil pode fazer com ele. “Não podemos deixar que opiniões como estas estraguem o trabalho de anos, na construção de uma parceria comercial lucrativa para o Brasil”, finalizou Maggi.  

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