Desmatamento no Cerrado dispara 23% e índice na Amazônia cai 54%

Foto: Freepik

O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, ontem (12), os dados de desmatamento no Brasil referente a março. Os índices são preocupantes comparados ao mesmo mês de 2023, com um aumento no Cerrado de 23%. Segundo o Deter, o cenário indica uma migração do desmatamento da Amazônia, que apresentou queda de 54%.

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Em março de 2023, o Cerrado perdeu 423 km² de sua área para o desmatamento; no mês passado, este índice saltou para 524 km². No mesmo período, a devastação da Amazônia caiu de 356 para 162 km².

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Ainda de acordo com o Deter, o Cerrado teve 524 alertas de desmatamento em março de 2024. Este é o maior índice já registrado no bioma desde o início do monitoramento por satélite, iniciado pelo Inpe em 2019.

O desmatamento em ambos os biomas gera sérios impactos ambientais, como perda de biodiversidade e aumento das emissões de gases do efeito estufa, que contribui para o avanço das mudanças climáticas. A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura defende que o poder público intensifique ações de comando e controle contra a devastação dos ecossistemas. “Além da fiscalização, é crucial investir em modos de geração de emprego e renda, como a bioeconomia e a agricultura familiar sustentável”.

“Apesar dos bons números para a Amazônia, seguimos perdendo muito no Cerrado. O desafio agora é duplo: manter o desmatamento da Amazônia baixo e buscar formas de enfrentar a perda do Cerrado de maneira mais eficiente”, ressalta André Guimarães, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Alerta vermelho no Cerrado

Savana mais biodiversa do mundo, o Cerrado já teve mais de 50% de sua área original desmatada. O ritmo da devastação é especialmente acelerado em Matopiba, região que se estende por territórios de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Entre as consequências estão a perda de biodiversidade, erosão do solo, alteração do ciclo hidrológico e aumento da desertificação. A fragilização dos recursos naturais afeta diretamente a subsistência de comunidades tradicionais.

“A impunidade no desmatamento precisa ser combatida com agilidade. Para isso, é preciso fortalecer órgãos responsáveis pela fiscalização e aplicar sanções rigorosas contra delitos ambientais”, alerta a Coalizão, Clima, Florestas e Agricultura, que é um movimento composto por mais de 380 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia.

Fonte: Comunique-se

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