Aplicativo ajuda agricultores familiares na gestão e comercialização de produtos
Reinventar as relações de trabalho e comercialização tem sido um exercício frequente para vários setores do agro que tiveram suas atividades impactadas pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Nesse contexto, as tecnologias disponíveis para os produtores como, por exemplo, os aplicativos, passaram a ser não apenas uma vantagem, mas uma necessidade especialmente para pequenos produtores rurais.
Essa nova realidade já é observada na Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas, a Coomafitt, no litoral gaúcho. Com cerca de 200 famílias envolvidas, a Coomafitt oferta, anualmente, mais de 6,4 mil toneladas de 88 variedades de alimentos. O presidente da entidade, Bruno Engel Justin, afirma que a tecnologia já vinha sendo usada por alguns produtores, no entanto, a pandemia do coranavírus tem acelerado a necessidade.
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“Antes mesmo do coronavírus já havíamos buscado essa tecnologia devido a uma necessidade que se tinha em torno da rastreabilidade, uma obrigação para os produtos produzidos no campo. Mas o app que adotamos nos entrega além da rastreabilidade, outras ferramentas muito importantes para a gestão da cooperativa e das propriedades”, afirma Bruno Engel Justin.
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O app utilizado pelos cooperados da Coomafitt, em diferentes culturas, é o Demetra, desenvolvido pela startup gaúcha Elysios Agricultura Inteligente. De acordo com os técnicos , a ferramenta é como um caderno de campo digital, onde o produtor rural e técnico podem visualizar em tempo real a produção, coletar dados do campo e rastrearem todos os acontecimentos do cultivo.
“Desenvolvemos um aplicativo que permite coletar dados no campo e transformá-los em informações para otimizar processos, reduzir custos e aumentar rendimentos de várias culturas. Com ele é possível fazer controle de aplicação de defensivos e até gerar uma perspectiva de volume de safra. Além de produzir uma série de informações para a rastreabilidade dos hortifrutis e frutas”, explica o diretor comercial e um dos fundadores da startup, Mário Brito.
O diretor da empresa, que utiliza inteligência artificial e a Internet das Coisas para desenvolver aplicativos, lembra que, nessa época de pandemia, a rastreabilidade da plataforma permitiu aos produtores da Coomafitt obter uma licença para vender sua produção a um hospital. “Se não tivesse esse sistema, a cooperativa não conseguiria ofertar sua produção.”
O dirigente da Coomafitt conta que a inclusão do app na rotina dos produtores vem sendo gradual, mas já agregou muito valor aos produtos e o objetivo é estender para todos os cooperados.
“Iniciamos com um projeto piloto envolvendo 10 associados. Depois, com a validação do projeto piloto, passou a aumentar a dinâmica de inserção de novos produtores e hoje contamos com aproximadamente 60 famílias utilizando de um total de 200 famílias que pretendemos atingir”, revela Justin.
Outro comportamento dos produtores que já é possível observar frente aos impactos causados pela pandemia do coronavírus, conforme destaca o presidente da Coomafitt, é a busca por alternativas para atingir novos mercados.
“Desejamos que todos os associados da Coomafitt utilizem o aplicativo, pois precisamos atingir novos mercados, especialmente os privados. Esse foi um desafio que essa crise nos mostrou. Temos uma necessidade de dialogar com o consumidor final, por isso o processo do aplicativo, da rastreabilidade, tem sido extremamente importante para atingir esse objetivo”, revela Justin.
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