Setor cafeeiro reafirma que está preparado para colheita durante pandemia

Foto: Julio Huber

Estruturar informações e estatísticas para transmitir ao mundo que o Brasil fez o dever de casa sanitário e econômico. Foi com esse intuito que foi realizada, ontem (29), uma reunião virtual com representantes da produção e demais segmentos da cadeia produtiva cafeeira.

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O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, participou da reunião e destacou a importância da ação, idealizada por associados do Cerrado Mineiro. Segundo Silas Brasileiro, ficou claro, durante a reunião, que a cafeicultura brasileira se preparou e se preveniu diante da pandemia do coronavírus (Covid-19) e, com o início dos trabalhos de colheita, manterá sua oferta de cafés de qualidade e com a sanidade garantida.

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“Foram elaborados e distribuídos materiais orientativos, principalmente por parte do Ministério da Agricultura, sobre como produtores e trabalhadores devem se comportar diante da pandemia para se proteger. Recomendamos para nossa base seguir as orientações propostas, bem como aquelas adotadas pelos Estados e municípios produtores de café, exatamente para que a atividade avance”, informou o presidente do CNC.

Ele completa que o trabalho de “panha” do café, por sua essência e pela legislação, já favorece um cenário de proteção aos trabalhadores. “Os ‘catadores’ exercem a atividade cada um em uma rua do cafezal e a distância entre elas é de três a quatro metros, mais do que respeitando a orientação oficial dos organismos de saúde”, comenta.

Brasileiro recorda que a utilização obrigatória dos equipamentos de proteção individual (EPIs) também atende boa parte das recomendações. “Além disso, os produtores disponibilizam meios para higienização de todos os trabalhadores e adotam medidas de prevenção nos ambientes para evitar aglomerações”, completa.

A cadeia produtiva, por meio de cooperativas, associações, federações, industriais e exportadores, também informa que realizou diversas ações para transmitir a produtores e trabalhadores as recomendações a serem adotadas e os orientou a segui-las.

“Nossa expectativa é que todos tenham ciência da relevância de honrar os compromissos sanitários. Por meio de materiais coerentes disponibilizados, isso será possível sem que haja impactos excessivos ao negócio do lado econômico. Temos essa preocupação porque organizações mal informadas sempre estão de plantão para encontrar um ou outro mau exemplo e espalhar essa imagem equivocada ao mundo de que o Brasil, como um todo, não cumpre sua legislação”, explica.

FUNCAFÉ – Para ajudar os produtores diante da realidade de exceção em função da Covid-19, o CNC tem intensificado esforços e trabalhos junto ao governo federal para obter a liberação antecipada dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

“Este ano, o Ministério da Agricultura, por meio da gestão da ministra Tereza Cristina, da Secretaria de Política Agrícola e da equipe do Departamento de Comercialização e Abastecimento, acelerou os trâmites para antecipar o capital ao setor. A expectativa é que os recursos estejam disponíveis nos agentes financeiros ao final de maio, adiantando em praticamente dois meses o timing da disponibilidade”, estima Brasileiro.

O presidente do CNC argumenta que esse adiantamento é fundamental ao setor, principalmente para os cafeicultores. “Dotados dos recursos de custeio e comercialização, eles poderão honrar o pagamento semanal dos trabalhadores da colheita e melhor ordenar o fluxo de sua safra, vendendo em momentos oportunos do mercado”, explica.

Segundo ele, o volume de recursos do Funcafé para a safra 2020 evitará um excesso de oferta imediata de café. “Confirmada a antecipação dos recursos, o CNC projeta que entre 10 milhões e 13 milhões de sacas (de 60 kg) não entrem imediatamente no mercado. Isso evitará pressão sobre as cotações e possibilitará o melhor ordenamento da oferta”, conclui.

Para 2020, o Funcafé conta com orçamento recorde da ordem de R$ 5,71 bilhões. Desse total, R$ 1,6 bilhão é destinado à linha de financiamento de Custeio; R$ 2,3 bilhões para Estocagem; R$ 1,15 bilhão para Aquisição de Café (FAC); R$ 650 milhões para Capital de Giro; e R$ 10 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados.

Fonte: CNC

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