Comissão de Agricultura da Ales quer agenda com ministros para discutir problemas do setor agrícola
A Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo discutiu, nesta terça-feira (10), os problemas e as demandas do setor cafeeiro capixaba. Participaram da reunião produtores rurais do Movimento dos Cafeicultores Independentes e representantes da Federação de Agricultura, Ministério da Agricultura, Incaper, Conab, OCB, instituições financeiras e Federação dos trabalhadores da Agricultura.
Mesmo com a safra capixaba estimada entre 13 e 15 milhões de sacas de café conilon e arábica, os produtores afirmam que não é viável trabalhar com o café conilon no Estado por conta do baixo preço de venda. Fabiano Abreu, do Movimento de Cafeicultores Independentes, declarou que o valor de venda do café no noroeste do Estado não está cobrindo o custo de produção e, com isso, os produtores não estão conseguindo manter suas propriedades e nem renegociar suas dívidas.
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“O custo de produção de café nas regiões norte e noroeste do Estado é hoje de R$ 292,00. Enquanto a média estadual de produção da saca do conilon está em R$ 275,00 – valores bem acima do preço mínimo estabelecido pelo Governo Federal, que é de R$ 242,31 e do mercado que tá pagando em torno de R$ 280,00 a saca. Com isso, o agricultor não está conseguindo fazer o mínimo necessário que seria adubar uma lavoura, por exemplo, ou aplicar defensivo contra as pragas, o que afeta a qualidade do café e pode comprometer de 20 a 30% da safra capixaba”, afirmou.
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Fotos: Divulgação
O presidente da Federação de Agricultura, Júlio Rocha, destacou a política do Governo Federal que está acabando com os estoques públicos de café, deixando ociosos os armazéns da Conab e as quedas nas exportações brasileiras, nos últimos 5 anos, que tem agravado ainda mais a situação dos cafeicultores. Ele afirmou ainda que falta investimentos federais para a construção dos silos para estocagem de café e grãos na área que foi desapropriada pelo Governo do Estado, em Viana. Segundo Julio Rocha, isso iria melhorar a logística e reduzir os custos dos produtores capixabas.
Diante de tudo que foi exposto, a presidente da Comissão, deputada Janete de Sá, propôs uma reunião com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, Tereza Cristina, e o ministro da economia, Paulo Guedes, para tratar dos problemas do setor agrícola de uma maneira geral.
“Vamos construir uma agenda com o governador, bancada federal, Secretaria Estadual de Agricultura, FAES, FETAES, OCB, UNICAFES, Movimento dos Cafeicultores Independentes, para discutir com os ministérios, além da redução da alíquota do café conilon de 12% para 7%, o reajuste do preço mínimo do café. Vamos incluir na pauta também outras questões do setor agrícola, por exemplo, a venda dos armazéns da Conab, em Jardim da Penha. Nossa reivindicação é para que os recursos provenientes da venda sejam alocados no Espírito Santo, na construção do graneleiro, em Viana, que vai atender os cafeicultores e os produtores de milho em nosso Estado”, destacou a parlamentar.
A data para realização da agenda em Brasília está sendo solicitada aos ministérios.
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