Tecnologia da Embrapa aumenta tempo de prateleira de frutas
Foto: Divulgação
Julio Huber
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Uma nanoemulsão (emulsões que contém partículas minúsculas com raio entre 10 a 100 nanômetros) à base de cera de carnaúba é a mais nova tecnologia lançada pela Embrapa para conservar e aumentar o tempo de prateleira de frutas como mamão, tangerina, laranja e tomate. Os pesquisadores descobriram que o composto é capaz de preservar a qualidade e prolongar o tempo de vida dos frutos em 15 dias a mais, em média. A nanoemulsão forma uma barreira contra a perda de umidade, troca de gases e ação microbiana.
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O Brasil é um dos principais produtores de frutas e hortaliças, mas é também um dos dez países que mais desperdiçam comida no mundo. As perdas giram em torno de 40%, o que faz da nanoemulsão uma alternativa para a conservação pós-colheita de frutos em geral e redução do desperdício.
A grande vantagem da nova tecnologia é que a matriz usada, a cera de carnaúba, é um produto mais disponível, extraído das folhas da palmeira da carnaubeira, espécie natural da região Nordeste do país. Além disso, é reconhecida como substância segura ao consumo humano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A pesquisa desenvolvida por Marcela Miranda foi premiada no V Simpósio Internacional de Patologia Pós-Colheita, realizado em maio na Bélgica, com o trabalho “Atividades antifúngicas de óleo essencial e extratos de Zingiber Officinale Roscoe em patógenos pós-colheita”.
“Em todos os ensaios, os frutos revestidos com a nanoemulsão demonstraram menor perda de massa, quando comparados a frutos não revestidos e àqueles com emulsões comerciais”, relata a pesquisadora que realizou o estudo durante o curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Ela atribuiu o resultado à adequada troca gasosa, durante a qual não ocorreram processos fermentativos, como aqueles observados em ceras de origem sintética existentes no mercado.
Além de constatar que a síntese de emulsão de cera de carnaúba na forma de nanoemulsão é possível, os ensaios de análise sensorial demonstraram que os frutos revestidos com as partículas ultrafinas foram os preferidos e mais aceitos para o consumo nas formas in natura e processada. Os pesquisadores acreditam que a escolha se deve à aparência visual conferida pelo menor tamanho de partícula do revestimento.
Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a empresa Tanquímica, o estudo sobre a nanoemulsão teve início em 2013, com trabalhos de estudantes orientados pelo pesquisador da Embrapa, Marcos David Ferreira, em cursos de graduação, modalidade iniciação científica, mestrado e doutorado.
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