A educação que semeia sonhos e transforma o campo capixaba

Há 20 anos, o Programa Agrinho, do Senar-ES, leva o agronegócio para dentro da sala de aula

Bruno Faustino

Um movimento de transformação, aprendizado e conexão com as raízes rurais tomou conta de 100 mil estudantes e 7 mil educadores espalhados por 700 escolas de 62 municípios capixabas. O Programa Agrinho, criado pelo Senar Espírito Santo, celebrou duas décadas com uma edição histórica que uniu sustentabilidade, cidadania e valorização do campo.

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Com o tema “Herança Sustentável: semeando o futuro”, a proposta foi simples, mas poderosa: mostrar que o legado rural é uma riqueza que deve ser preservada e passada de geração em geração. Cada atividade foi um convite à reflexão sobre como cuidar da terra, valorizar a agricultura familiar e construir um futuro sustentável.

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Mas o que tornou essa edição ainda mais marcante foi o envolvimento das famílias e comunidades, que abraçaram a iniciativa com entusiasmo. A jornada culminou em uma celebração no Sesc Praia Formosa, em Aracruz, no litoral norte capixaba, onde o aprendizado encontrou a diversão.

Entre risadas, algodão doce e apresentações circenses, o espaço se transformou em um cenário de encantamento. Na Vila Agrinho, as crianças brincavam de colher frutas em árvores de brinquedo e tiravam leite de vacas cenográficas. Era como se o futuro do campo estivesse ali, representado em cada sorriso, em cada olhar curioso.

EMOÇÃO – O momento mais esperado, porém, foi a premiação. Projetos que mostraram criatividade, dedicação e amor pelo campo receberam reconhecimento e prêmios que iam de bicicletas a carros zero km.

Entre os destaques, a educadora Amanda Bergamaschi, de Laranja da Terra, emocionou a todos com sua proposta. “Os pais de todos os meus alunos são agricultores. O projeto foi uma forma de mostrar às crianças o valor do trabalho dos pais e como ele depende da natureza. Sem cuidar do meio ambiente, não há produção no campo nem um futuro próspero”, explicou Amanda, que levou para casa um Fiat Cronos zero km.

Sua ideia não só envolveu os alunos, mas também as famílias, resgatando histórias e fortalecendo laços. Outro exemplo inspirador veio de Mucurici, onde a professora Carla Prates ficou em segundo lugar e saiu de lá dirigindo um Renault Kwid.

A terceira colocada, Patrícia Gonoring, de Santa Leopoldina, foi premiada com uma moto, assim como a pedagoga Janne Kely Toledo, de Irupi. Cada projeto premiado foi uma semente plantada para o futuro, um lembrete de que a educação pode mudar vidas.

O próximo capítulo: inovação no campo

E como toda boa história, o Agrinho já tem o próximo capítulo desenhado. Em 2025, o tema será “Tecnologia que transforma o campo”, uma abordagem que promete conectar inovação e tradição.

O objetivo é mostrar como ferramentas modernas podem melhorar a produtividade, a sustentabilidade e a qualidade de vida das famílias rurais, sem deixar de lado o respeito pelas raízes.

A analista do Senar-ES e responsável pelo programa, Thais Tonani, destacou a importância do novo tema. “Queremos que as comunidades entendam como as tecnologias podem revolucionar a agricultura e trazer mais rentabilidade e qualidade de vida para o campo.”

O Agrinho é mais do que um programa; é um movimento que transforma corações e mentes, conectando o presente às tradições do passado, enquanto aponta para um futuro

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