Setor de flores prevê aumento de 7% e a participação feminina é destaque
Foto: FloreSer
O setor de flores e plantas ornamentais brasileiro, apesar das consequências das alterações climáticas que afetaram os produtores de várias regiões do país, principalmente do Sul, e do forte aumento dos insumos, deve encerrar o ano de 2024 com crescimento entre 6% e 8%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor).
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Esse índice deve ser atingido com as vendas das flores e plantas para as festas de fim de ano que representam 9% do comércio anual do setor (Natal 5% e, Ano Novo, 4%). Apenas considerando este período de festas, as vendas devem aumentar em torno de 9% na comparação com 2023, sendo o impulsionamento provocado pelas plantas e flores típicas, como tuias – stricktas e holandesas – e poinsétias, antúrios, lírios da paz, rosas e kalanchoes e outras flores nas cores verde, vermelha, branca e dourada, além de arranjos mistos.
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“As mudanças climáticas afetaram a produção, mesmo com a grande maioria sendo plantada em estufas. O efeito foi bastante impactante, principalmente pelo período de tempo seco e, depois, com o excesso de chuvas, como as que provocaram enchentes, no início do ano, no Rio Grande do Sul. Os produtores também enfrentaram, em 2024, a elevação dos custos de produção, como o aumento dos insumos”, analisa Renato Opitz, diretor do Ibraflor.
Para 2025, ele calcula que a permanência da alta cotação do dólar impactará muitos produtores que importam mudas e bubos. “Os preços dos defensivos agrícolas e fertilizantes também preocupam, já que as matérias-primas também, basicamente, são importadas. Desta forma, o custo de produção pode aumentar mais do que esse crescimento do mercado, impactando na rentabilidade da produção”, disse.
De outro lado, Renato destaca que o mercado brasileiro tem crescido porque as flores estão com boa qualidade e cada vez mais disponíveis. Desta forma, o Ibraflor foca no mercado interno com campanhas para estimular o consumo do dia a dia e não apenas nas datas específicas. Os consumidores, vale lembrar, buscam cada vez mais produtos de qualidade e sustentáveis.
Mercado de trabalho
Quanto ao mercado de trabalho, Renato Opitz lembra que, em 2024, os produtores já enfrentaram a falta de mão de obra, fator muitas vezes até limitante para que alguns deles possam crescer mais. Há vagas em praticamente todos os setores e, principalmente, na produção. A preferência é por mulheres para o preenchimento dos postos de trabalho disponíveis, por serem elas consideradas mais delicadas no trato com as plantas e flores – do plantio à colheita -, mais assíduas e comprometidas com o emprego, já que muitas são arrimo de família.
Os dados sobre empregabilidade do setor referentes a 2024 ainda não estão finalizados. No último levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ/USP) e pelo Ibraflor (datado de 2022 e divulgado no ano passado), o setor de Flores e Plantas Ornamentais registrou 272.000 empregos diretos, representando 1,17% das vagas geradas pelo agronegócio brasileiro.
É o setor que mais emprega mulheres no segmento, com uma média de quase 50% de empregabilidade feminina, chegando a 63%, dependendo da região. Esse percentual é superior à média nacional, de 43%, que considera todos os ramos de atividades. O contraste é ainda maior quando a comparação se limita ao universo da agropecuária, em que as mulheres ocupavam somente 19,6% das vagas de trabalho no período da pesquisa.
Outra informação importante é que, entre 2022 e 2023, aumentaram a formalização do emprego e a participação da mulher. A empregabilidade de homens caiu 3,2% no ano passado, enquanto a feminina cresceu de 118.445 (2022) para 119.561 (2023), significando um aumento de 0,9%. O número de trabalhadores com carteira assinada entre 2022 e 2023 cresceu de 125.661 para 128.119 (2%) e a quantidade de empregados sem carteira sofreu redução de 6% (de 43.486, em 2022, para 42.354 em 2023). O total de contratação de trabalhadores sem instrução cresceu de 4.435 para 4.662 (5,1%), no mesmo período, e os com ensino médio cresceu 1,2%, passando de 126.770 para 128.262.
Fonte: Ateliê da Notícia
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